PARA OS AMANTES DA POESIA











"O poeta é um fingidor,

Finge tão completamente,

que chega a fingir que é dor,

a dor que deveras sente."


Fernando Pessoa


domingo, 30 de maio de 2010

Que mulher eu sou? (réplica)

Que mulher eu sou?
Sou mulher-criança e também sou velha;
Mas não sou qualquer uma...
Sou aquela!
Aquela que não deita na cama,
Mas leva fama!
Sou aquela que afaga teus sonhos e pesadelos,
Mas que no afã de proteger-te,
Não há medida para escondê-los.
Pra ti, nem sou bonita!
Mas me coloca em palafita,
Num rio que enche os meus anseios,
Mas que não preenche os teus devaneios.
Sou cristal fino e pedra dura,
Sou frágil e não quero ser, e aí sou pura...
Sou inteligente, mas não o suficiente,
Sou lasciva, sem ser opulenta,
Que encanta o que não ostenta!
Sou mulher de fortes e corajosos,
Que na ãnsia de tão desejosos
Me entrego aos poucos, a poucos...
E, até há loucos...
Onde inspiro poema
Na qual, eu sou o tema!
Essa sou eu!

Que mulher é esta?

Que mulher é esta que diz que me ama,
Mas não vai pra minha cama?
Que mulher é esta que diz que não me ama,
mas eu sei, sei sim, que me ama!

Que mulher é esta que diz que não me quer,
Mas não me deixa um dia sequer?
Que mulher é esta que toda hora me quer,
Mas foge de mim onde eu estiver?

Que mulher é esta que quero esquecer,
Mas dela me lembro ao adormecer?
Que mulher é esta que não posso esquecer,
Mas dela são meus desejos até o amanhecer?

Mulher, mulher, mulher antítese,
Mulher, mulher, do homem uma tese
Mulher, da palavra exegése,
Mulher, da vida exerése.

Mulher, paradoxo da história,
Mulher, pico de toda a glória,
Mulher, lide sempiterna da memória,
Mulher, fonte de amor e discórdia!

Que mulher é esta que embaralha minha mente?
Que mulher é essa que me tomou pra sempre?
Que mulher é esta que vai e vém de repente?
Que mulher é esta que amo tão simplesmente?

domingo, 16 de maio de 2010

Lay Out


Mãos  de urso;
Em pele de lobo;
Olhos de ave;
Em asa de rapina!
Cores atraentes,
De burro quando foge...
Não!
Voce não  é burro
Só na cor.
Na cor,  de mãos de urso!
Nos olhos que desconhece
Você diz verde,
Eu, azul celeste!
Você é todo grande,
Você é todo imenso,
Até no coração...
E no resto que penso...

Você

Você me olha,
Você me gosta,
Você diz que me ama,
Mas quer cama!

Você me sente,
Você me toca,
Você diz que me adora,
Mas é da boca pra fora!

Você me ouve
Você me entende,
Você diz que me admira;
Mas é mais uma mentira!

domingo, 2 de maio de 2010

Poeta Ausente

Não escreves mais!
Nem por mim,
Nem por ti,
Nem por ninguém.
Talvez sejas refém.

Não escreves mais!
Pelo medo,
Pelo credo,
Pelo certo,
Talvez estejas perto.

Não escreves mais!
Pelo rancor,
Pelo ardor,
Pelo torpor,
Talvez seja amor.

Mas por quê?
Mesmo que sejas refém de alguém,
Ou por ti, ou por mim...
Não escreves mais... é o fim!

Alícia


Alícia vem de Alethia

A verdadeira!

A primeira!

A, de dois As

Ela é frágil e pequenina,

Seus olhos dançam como a bailarina!

É viva, observa,

Veio antes do tempo

Tem pressa, acelera,

Quer o mundo, quer o vento!