PARA OS AMANTES DA POESIA











"O poeta é um fingidor,

Finge tão completamente,

que chega a fingir que é dor,

a dor que deveras sente."


Fernando Pessoa


sábado, 8 de outubro de 2011

INSÔNIA

Num silêncio taciturno
De um cadente noturno,
Pássaro que canta,
Seu canto soturno,
Mas não me encanta,
Nem imanta, o turno!


Num silêncio sepulcral,
De um repente madrigal,
Pássaro que lança,
Seu canto triunfal,
Mas não me amansa,
Nem avança, o litoral!

Num silêncio impuro,
De um regente obscuro,
Pássaro que exclama,
Seu canto escuro,
Mas não me inflama,
Nem clama, o puro!

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